Antes tarde do que nunca!

Oi gente! Caramba... Quanto tempo! Desde janeiro não “dou as caras”! Que blogueira  desnaturada!  Pois é, mas eu voltei! Não que isso faça MUITA diferença... Brincadeirinha... Como dizia uma querida e grande amiga minha... Isso é “crise existencial epistemológica”. (Significado de epistemológica? Eu juro por tudo que eu sei, mas se eu for escrever vocês vão desistir em continuar lendo...)

Levando em consideração os seis meses de abandono total, eu tenho muita coisa para escrever então acho melhor respirar fundo, beber uma aguinha, pegar uma xícara de café, chá, snack, sei lá... Aumentar a letra do computador para não “doer a vista” (como dizia Dona Ana, minha vozinha) . E aí sim, começar a leitura... Tudo pronto? Então lá vai...

Durante todo esse período muitas águas rolaram... Inclusive, saí do Hotel, fui para o AP, comprei tudo novamente, desde pano de prato até sofá... Consegui finalmente contratar, ou melhor, “adotar” uma filipina para me ajudar. 
Da mesma forma que os novos vírus e bactérias tão apaixonadas pelas crianças, finalmente partiram para outra... Minha vida está seguindo uma rotina absoluta e magnificamente normal.

Quanto à “adoção”, eu digo “adoção” porque contratar uma ajudante aqui implica em você ter que fazer um curso, bancar a vinda da ajudante das Filipinas ou outro país vizinho como a Indonésia ou Malásia, você fica inteiramente responsável pela digníssima, tudo, absolutamente tudo que acontecer a ela VOCÊ é o responsável: médico, alimentação, um quarto na sua casa e o salário, claro, você tem que se comprometer em dar tudo para ela, e se comprometer por escrito para o governo de Cingapura e do país de origem, ou seja, é um filho... Há! Sem contar que o passaporte da adotada fica com você!

Imagino que uma pergunta não deve estar querendo calar: Vale a pena passar por todo esse processo? 
VALE! Haaaaa se vale! Independência!!!

Aqui eu não tenho ninguém, uma pessoa três vezes na semana não basta para que eu consiga fazer tudo que eu preciso. Ela é uma pessoa que vai estar me ajudando dia e noite inclusive com as crianças, é tudo de bom!


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Vou relatar o progresso linguístico da Sofia:

Certa vez, não havíamos nos mudado ainda, estava eu com as crianças na piscina do hotel, ao olhar para o lado vejo duas menininhas, inglesas, tentando conversar com a Sofia:

 “Hi! What’s your name?”

“Ehhhhhh”

“Ok, so... How old are you?”

“Yes”

Ao presenciar essa conversa esquisita, eu, como mãe, interrompi:

“Desculpe queridas, ela não fala inglês...”

“Ela se chama Sofia e tem seis anos…”

As duas olharam para minha cara e perguntaram se a Sofia gostaria de brincar com elas. Bem, é claro que a minha filha ficou super feliz com as novas amiguinhas... Porém a comunicação era por mímica!

Vez ou outra a Sofia olhava para mim e dizia: “Mamãe, eu não agüento mais ouvir essa língua, ela me dá dor de barriga.”

Hoje, a minha filha lê, escreve, conversa, assiste aos programas de TV, vai ao cinema, canta as musicas CORRETAMENTE, tem muitas amiguinhas (não precisando mais por em prática seus dotes mímicos) e não sente mais dor de barriga...

Cinco meses... Apenas cinco míseros meses... E a minha filha está falando inglês, com um sotaque lindo! Salve MS. Buford-Taylor! - sua professora. (Retificando, sua ex professora, pois ela passou de ano... Huhuuuuu, corujíssima!!!!)

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Quanto ao meu “pequeno”, ele está demais de fofo. Faz uma salada mista... Tenho para mim que ele está se saindo um belo estudioso de línguas e elaborando um novo  idioma de codinome "portomandinglês"! Por exemplo: certo dia a Sofia estava brincando com ele e ele queria que ela parasse então ele falou: “U mó, Pipia, u mó” (traduzindo: “No more, Sofia, no more”). Vezes ele fala “thank you”, vezes ele fala “xie xie” (obrigado em mandarim) ou “ni au” (traduzindo: “ni hao”,“oi” em mandarim). Muitas vezes quando vai dar tchau para alguém fala: "tchau, tchau, bye, bye", eu acho que ele pensa que é uma palavra só! E por aí vai...

Brincadeiras a parte, estou feliz porque ele está começando a falar e com certeza o português está ganhando disparado! Ele entende perfeitamente, só para falar que está um pouquinho complicado, ele mistura um pouco... Especialmente depois que a Ruby  (a minha filha adotiva) começou a trabalhar aqui, pois obviamente ela só fala com ele em inglês.

Em agosto ele vai começar a escolinha, aí é que eu quero ver...

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Compra daqui, vai a lojas de móveis, arruma acolá... Foram panelas, pratos, talheres, panos e mais panos, vassouras, potinhos, roupas de cama, toalhas, etc, etc... Confesso que estou cansada... Estou aqui desde dezembro, mas parece que estou há muito mais tempo!

A nossa estada na Ilha do Futuro esta sendo maravilhosa, uma experiência extraordinária, principalmente para os nossos filhos... Eu não me arrependo de nada que eu fiz T-U-D-O valeu à pena.
Muitas vezes isso acontece comigo, eu consigo enxergar as coisas além do que elas se apresentam, tanto para bom, como para ruim. 
É claro que passamos por momentos difíceis com toda essa mudança, especialmente porque estamos longe da nossa família. Mas, apesar dessa lacuna, estamos felizes!

E, mesmo com toda essa distância, e aqui vai a minha homenagem, ao meu ídolo n.º 1, orgulho brasileiro, Alberto Santos Dumont, o pai da aviação, o inventor do nosso querido e imprescindível meio de transporte, o avião (e não me venham dizer que foram os irmãos Wright!), GRAÇAS A ELE, hoje nós podemos viajar por distâncias enormes e muito rápido!

É isso aí! As soon as possible eu escrevo mais!

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